terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Jesus e o Reveillon!


Voltei, e voltarei mais vezes, o cara lá de cima que me deu a função!

Meu aniversário passou e não tive festinha, os presentes que recebi fui eu que dei. E decidi usá-los no próximo evento, ou seja, iria a uma festa de reveillon perfumado. Fui convidado por um vizinho. Era no salão de um hotel chique, de frente pro mar! Ele disse que não seria legal ir de túnica, então peguei o meu terninho da formatura de Madalena. Sim, Madalena fez faculdade, onde adquiriu experiência para sua vocação futura. Eu moro meio longe do litoral, mas como meu esquema é peregrinar, fui a pé. Caso não saibam, a receita para ter uma perna bem torneada é caminhar. Cheguei ao destino:

- Seu cartão de visita?
- Aqui.
- Jesus de Nazaré. Convidado do Bittencourt. Tudo tranquilo, só passar pelo detector de metal ali.

Pííííííííí

- O senhor está com celular? Chave? Moeda? Qualquer coisa de metal?
- Está tudo ao lado garotão.
- Bom tudo bem, pode passar! Essas máquinas sempre dão problema.

Eu sou muito malandro, mal sabe ele que depois do lance da crucificação, eu realmente contenho metal no meu corpo. Algumas lasquinhas de prego e uma ponta de lança romana, ficaram pra me lembrar de como vocês dão trabalho. Vamos admitir, isso que dá ser filho de Pai solteiro, sobra tudo pro irmão mais velho. No caso, eu!

Chegando lá na cobertura, logo me foram oferecendo bebida! Nada de transformar água em vinho, aqui é chique! A festa corria muito bem, posamos pra fotos, ficamos falando de coisas que não gostamos com pessoas que não conhecemos, simpatia. E simpatias no reveillon não falta, foi quando surgiu o assunto:

- PESSOAL, está chegando a hora, vamos lá na praia. Os seguranças nos acompanharão e a praia é particular... - eu falei que era classe AAA.
-... a praia é particular e vamos lá jogar nossas oferendas para Iemanjá, como é nossa tradição em todos as viradas!

Tradição pra Iemanjá? Subitamente peguei o cartão e "Festa da comunidade Ubanda Axé e Bahia". Meu Pai sempre fala pra não andar com esse tipo de gente. Eu estava desesperado.

Mentira.

Eu estava mais louco que a Amy Winehouse, com galho de arruda na orelha e fui pro mar. Joguei até minha gravatinha borboleta pra Iemanjá (que devolveu a oferenda) e também joguei um frasquinho do perfume que sempre carrego. Chamei Iemanjá de mãe e fiz a contagem regressiva na cacunda do Tonhão, segurança gente boa. Só que teve gente que não gostou:

- Que história é essa de você chamar Iemanjá de mãe? - sim, é Papai.
- Errr... eu, bom. Eu tava lá, aí que eu tava todo esquisito. Feliz 2010?
- É o seguinte, Iemanjá é sua tia e ela quer que você troque esse perfume. Muito doce!

2 comentários:

  1. Aaaaaaaaaah,não tem palavra melhor para definir seus posts a não ser...FAAAAAAANTASTICO.
    parabéns, adoro seus posts.

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