Jesus não é mais titular.

Voltei, pois já dizia o provérbio israelita "Quem tá ressuscitado sempre aparece."

Clima de Copa do Mundo. As pessoas se reúnem pra torcerem juntas. Seleções ganham, seleções perdem. O importante é competir, por a boca na vuvuzela, xingar os argentinos, alemães, italianos, etc. Tudo na amizade do bonito esporte que é o futebol.

Pausa pra reflexão.

Olhei no espelho e vi meu reflexo, uma túnica amassada, uma sandália desgastada e uma cara amargurada. Em época de Copa, a vida para um israelense como eu, no país do futebol, está muito triste. As pessoas não se importam mais com os fundamentos que eu ensinei. O toque de primeira do pão, a pedalada em cima da sede de vingança, o lançamento em profundidade do bem estar do próximo.

O pastor grita:

- Irmãos, Eis que o Messi...

- Messi? Joga muito.

Messias? Quem se importa? Temos o Messi como a mais nova estrela mundial. Pobres pastores, se continuar nesse ritmo deixarão de ganhar dinheiro dos fiéis e realmente tornarão a ser pobres pastores.

Os jogadores ganham milhões, os patrocinadores ganham milhões. E a fome, e a aids no país que sedia a Copa, continua. A Copa não é na África do Sul. É na África, o continente africano é tratado como um país. Onde foi parar o fairplay da vida?

Me desculpem, estou triste.

Minha vaga titular de astro mundial foi tomada por Lionel Messi.

Minha vaga titular de amante, marido e melhor amigo foi tomada pelo business que a Copa oferece.

"Madalena,

Volte logo minha flor. Sei que os negócios devem estar a mil, entendo a falta de ligações. Se proteja e procure não voltar lesionada, vc está na África.

Com amor, Jesus Cristo."